Os INIMIGOS do Brasil
Os INIMIGOS
do Brasil
Por
Alessandra Leles Rocha
Não é a primeira e, certamente,
não será a última vez, em que o Congresso, por meio de sua parcela majoritária,
se mostra INIMIGO dos interesses nacionais. Primeiro, porque há quem pense que o
Brasil é o país desse ou daquele lobby congressista. Só que não. Em pleno
século XXI, ele é um país de aproximadamente 218,56 milhões habitantes.
Segundo, porque as práxis de
votações na calada da noite, sob o silêncio traidor que paira sobre a
República, longe do escrutínio popular, não são novidade. Elas estampam páginas
e mais páginas na historicidade brasileira.
E por fim, porque já não fazem
questão de esconder o seu verdadeiro lado sabujo, herança dos tempos coloniais.
É triste, constrangedor; mas, o Congresso brasileiro teima e insiste em lustrar
sua vocação servil aos interesses da elite, do baronato, nacional.
Bem, e se o Brasil enfrenta,
nesse momento, a maior afronta diplomática de sua história, manifestada por uma
série de tentativas intervencionistas contra a sua soberania, a sua economia, as
suas relações comerciais, o seu sistema jurídico, por parte dos EUA, entendo
que seus maiores INIMIGOS estão, portanto, dentro do próprio país.
Ora, gente que hasteia sem cerimônia,
sem qualquer pudor ou constrangimento, bandeiras e símbolos estrangeiros, em
total manifestação de desprezo ao seu país, à sua cidadania, vai-se dizer o quê,
sobre elas? Gente que aplaude a conduta antidemocrática e
anticidadã de certos parlamentares, que utilizam da sua posição, para
achincalhar com inverdades e delírios o país que paga seus salários e
benefícios, é o cúmulo do absurdo! Os INIMIGOS estão sim, entre nós!
Por essas e por outras, o
Congresso nacional está “bancando a egípcia”, se fazendo de desentendido
para não ter que punir, com a devida severidade regimental, seus parlamentares foragidos
da justiça brasileira.
A impressão que se tem é de que,
no fundo, os presidentes das respectivas casas legislativas federais gostariam
de explodir a sua euforia concordante. Então, valendo-se do verniz parlamentar,
transformam a sua raiva contida em traições contra os interesses nacionais, à margem
dos olhares do cidadão comum.
É, a madrugada foi um flashback
dos tempos coloniais! O agronegócio, deitou e rolou, na consolidação dos seus
interesses, no âmbito do poder econômico e político nacional, através da subserviência
daqueles que recebem seus apoios e financiamentos de campanha.
O que aconteceu serve para que
não restem dúvidas sobre a dimensão do espírito explorador e dizimatório que
incide na Terra Brasilis, desde a chegada do colonizador europeu, há
pouco mais de 500 anos. Sem contar, de como evidencia o desprezo pelos verdadeiros
interesses do país, que rege a maioria da atual composição congressista
brasileira.
Como dizia a canção de Cazuza, “Meus
inimigos / Estão no poder ...” 1. E essa
compreensão é fundamental, porque ela traz luz à consciência de que existem INIMIGOS
visíveis e invisíveis. Há os que se mostram no palco dos debates e das decisões;
mas, há os que se escondem na dissimulação, na ocultação, na hipocrisia, no fingimento,
de seus verdadeiros interesses e sentimentos. Algo lastimável, segundo Carlos Bernardo
González Pecotche, humanista e pensador argentino, pois “As diferenças de
opiniões nunca devem suscitar inimizades nem ressentimentos”.
Bem, mas é o que temos para hoje.
INIMIGOS. TRAIDORES DA PÁTRIA. ANTICIDADÃOS. ANTIDEMOCRATAS. Gente que se
encheu de satisfação e aplausos, diante da tecitura golpista que se abateu sobre
o Brasil e culminou no 08 de janeiro de 2023. Ainda que o resultado não tenha
sido o esperado!
Por isso, é preciso prestar
atenção no fato de que “A reação mais comum da mente humana a uma conquista
não é satisfação, e sim o anseio por mais” (Yuval Noah Harari - historiador,
filósofo e escritor israelense). E como se pode perceber, pelos inúmeros sinais,
essa gente quer mais, espera por mais.
Afinal, é dessa forma que
pretendem permanecer garantindo suas regalias e privilégios, herdados
historicamente. Seus patrimônios, suas influências, seus poderes não podem ser
comprometidos. Daí, então, resta saber se você, caro (a) leitor (a), irá contribuir com seu voto ou não, para que
elas prossigam na busca do tão sonhado êxito.
1 Ideologia - Cazuza (1988) / Composição: Cazuza / Roberto Frejat. https://www.youtube.com/watch?v=hfsxcebq5Rc