Já dizia o Velho Guerreiro, o Chacrinha, "Quem não se comunica se trumbica"!

 

Já dizia o Velho Guerreiro, o Chacrinha, "Quem não se comunica se trumbica"!

 

Por Alessandra Leles Rocha

 

Nada acontece ao acaso. Em 2023, ainda no início do atual governo, “o Congresso nacional aprovou a medida provisória 1.154/2003, que reestruturou os ministérios, impondo uma organização contrária ao previsto pelo Executivo, numa clara exibição de interferência de um Poder em outro. O que gerou profundo desagrado dentro de certos setores da República; mas, particularmente, em uma parcela significativa da opinião pública nacional e estrangeira.  Afinal, esse tipo de ingerência respaldada pela mais absoluta falta de critério técnico e necessidade, se visibiliza no ato das escolhas” 1.

Ali, contrariando o recorrente mimimi, congressista, a respeito da interferência de um Poder em outro, dados os inúmeros casos em que o Judiciário é chamado a arbitrar e decidir sobre assuntos que já poderiam ter sido resolvidos, não fosse a morosidade e o descaso legislativo, eles próprios ultrapassaram os limites. O problema é que nada foi feito a respeito, naquela ocasião. Abrindo-se, portanto, um precedente extremamente perigoso, que, agora, chega pela derrubada do decreto governamental relativo ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Vejam, “aceitar o fisiologismo como mal necessário para a governabilidade brasileira é reafirmar a noção conformista e resignada de que não há outros caminhos. É curiosa a rendição do governo, nesse contexto, na medida em que parece tornar os votos de algumas bancadas político-partidárias do Congresso Nacional mais importantes do que os votos dos seus próprios eleitores. Jogo arriscado; pois, brincar à beira de um poço sem fundo pode ser fatal!” 2.

Depois de tudo o que já se sabe a respeito da tentativa de Golpe de Estado recente, é inconcebível que o Executivo federal não venha colocar os pingos nos is, como se deve. Vamos e convenhamos que o conhecimento a respeito do papel de cada um dos Poderes da República, por uma imensa maioria da população, ainda é vago e enviesado. Daí tantas Fake News, tantas mentiras, tantas distorções, têm sido usadas para permanecer sustentando as narrativas que visam fragilizar e comprometer a governabilidade, as quais não encontram resistência do contraditório, por parte do atual governo.

Tamanha passividade não leva o governo a lugar algum! O diálogo só existe quando há uma disposição por parte de todos os interlocutores. Assim, esgotada essa estratégia diplomática, é hora de usar todos os veículos de comunicação e de informação para trazer ao conhecimento público, o que realmente vem acontecendo nos bastidores do poder. Sim, é hora de colocar os eleitores governistas no jogo, conclamar o seu apoio e exigir que exerçam a sua cidadania, além do voto.

Queiram ou não admitir, o Brasil vive um momento histórico! Velhas pendências começam a ser resolvidas. Velhos paradigmas começam a ser reescritos. O baú das verdades indigestas foi aberto. Por isso, a oposição no Congresso Nacional está tecendo um golpe sutil. Isso significa que estão tentando enfraquecer o governo, retirar-lhe poder e recursos, para extinguir suas possibilidades de vitória no pleito de 2026. Aliás, estão atentando contra a escolha dos 59.563.912 eleitores (50,83% dos votos válidos), que elegeram o atual Presidente da República. Querem ver essas pessoas desapontadas, decepcionadas, pela impossibilidade de o governo eleito realizar a sua plataforma de governo.

Portanto, é hora de virar o jogo. Como diz a expressão popular, "dar nome aos bois", explicando de carreirinha, em bom português, o que estão fazendo contra o Brasil, contra a grande massa da população. Mais do que atentar contra a Democracia, as Instituições, a grande maioria do Congresso Nacional está atentando contra os seus próprios eleitores, quando trabalha em favor de manter o país sob as botas das elites, como era no tempo colonial. Trabalhando para que a Constituição Federal, a Constituição Cidadã, seja, cada vez mais, um ideário distante da prática, para que as leis só possam atender aos direitos daqueles que detêm historicamente o poder e o capital, nesse país.